domingo, 27 de setembro de 2015

A SOCIALIZAÇÃO (SOCIOLOGIA)

  1.    SOCIOLOGIA
                                            Tema: A SOCIALIZAÇÃO
A socilaização segundo Guy Rocher conceituou como um processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende e interioriza os elementos sociais culturais do seio meio integrando-os na estrutura da sua personalidade sob influência de agentes sociais significativo e adaptando-se assim ao ambiente social em que deve viver.
Portanto é através do processo de socialização que o indivíduo ao longo da sua vida adquir característica que o identificam como membro de uma sociedade.
Para os autores Monteiro e Santos classificam a socialização em:
*Socialização primária 
*Socialização secundária
A socialização primária é aquela que ocorre fundamentalmente durante o período da infãncia. É nesta fase onde a criança aprende com os outros, seguindo os modelos sociais, os hábitos alimentares, a higiene, as regras de linguagem, o relacionamento, é neste período que ela deve mudar o seu comportamento.
A socialização secundária compreende também o processo de integração do indivíduo, nas situações sociais onde ao longo da vida deve-se fazer constantemente adaptações a novas situações.
São os casos quando se inicia ou se mude de profissões, casar-se, ou divorciar, nascer um filho ou tornar-se mãe ou pai sociais.
A principal função da socialização é inserir o indivíduo nos grupos ou nos principais agentes.
Agentes de socialização são todas estruturas sociais que garantem o processo de aprendizagem das crianças e dos adultos. Estes transmitem valores, normas correctas válidas num determinado sujeito.
Entre os agentes da socialização encontramos os seguintes: A famíli, escola, igreja, empresa etc...

sábado, 22 de agosto de 2015

A Epistemologia genética na perspectiva do Jean Piaget



A Epistemologia genética na perspectiva do Jean Piaget
A Epistemologia genética defende que o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento ao longo da sua vida. Para Piaget, a aprendizagem é um processo que começa no nascimento e acaba na morte. A aprendizagem dá-se através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Segundo este esquema, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. Uma vez que os dados são adaptados a si, dá-se a acomodação. Para Piaget, o homem é o ser mais adaptável do mundo. Este esquema revela que nenhum conhecimento nos chega do exterior sem que sofra alguma alteração pela nossa parte, ou seja, tudo o que aprendemos é influenciado por aquilo que já tínhamos aprendido.
De acordo com as possibilidades de entendimento construídas pelo sujeito, ele tende a assimilar idéias, mas, caso estas estruturas não estejam ainda construídas, acontece um esforço contrário ao da assimilação. Há uma modificação de hipóteses e concepções anteriores que vão ajustando-se àquilo que não foi possível assimilar.   É o que ele chama de acomodação, onde o sujeito age no sentido de transformar-se em função das resistências colocadas pelo objeto do conhecimento. O desequilíbrio é portanto fundamental, pois, o sujeito buscará novamente o reequilíbrio, com a satisfação da necessidade, daquilo que ocasionou o desequilíbrio.
A inteligência para Piaget se constrói na medida em que novos patamares de equilíbrio adaptativo são alcançados. Piaget concluiu sua obra explicitando qual o motor pelo qual este equilíbrio se processa, mas além disto, Piaget estudou exaustivamente a gênese das estruturas cognitivas nas crianças da sua comunidade.  Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico, que decorre da construção de estruturas de conhecimento que, enquanto vão sendo construídas, vão se instalando no cérebro. A inteligência portanto, não aumenta por acréscimo e sim por reorganização.  Para ele o desenvolvimento da inteligência é explicada pela relação recíproca existente com a gênese da inteligência e do conhecimento. Piaget criou um modelo epistemológico com base na interação sujeito - objeto.  Pelo modelo epistemológico o conhecimento não está nem no sujeito, nem no objeto, mas na interação entre ambos. (isso é muito importante, é a idéia central de sua obra)
B) CONCEITOS IMPORTANTES EM SUA OBRA:
Esquemas: seqüências bem definidas de ações física ou mental (ex.: sucção, sacudir)
Princípios gerais (pilares de sustentação do desenvolvimento cognitivo de todos os estágios):
- Organização: envolve a interação de todos os processos em um sistema global (ex.: segurar e olhar o brinquedo ao mesmo tempo). Tendência a criar sistemas que agrupam todo o conhecimento sobre o mundo.
- Adaptação: ajustamento ao meio ambiente, equilíbrio entre acomodação e assimilação. (Ex.: jogo simbólico).
- Assimilação: incorporação de novos objetos e experiências a esquemas existentes (ex.: bico do seio / bico da mamadeira / chupeta)
- Acomodação: modificações de esquemas como resultados de novas experiências, ou seja: mudanças em estruturas cognitivas existentes
- Equilibração: esforço para conseguir equilíbrio cognitivo.

Cada criança tem um comportamento adaptativo porque ela modifica os esquemas em respostas ao ambiente. Na infância as atividades motoras dão origem a pensamentos (operações mentais).Analisando os períodos descritos por Piaget podemos concluir que existe uma lei de desenvolvimento que determina toda a evolução do indivíduo. O desenvolvimento é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado  menor de equilíbrio para um estado de equilíbrio superior, onde cada estágio é caracterizado pela aparição de estruturas originais, cuja construção o distingue dos estágios anteriores.
Piaget e a teoria dos estágios cognitivos (Operacional Concreto e Formal):

C) Pensamento operacional concreto (7 a 11 anos):

A criança pode raciocinar logicamente sobre coisas e eventos que elas percebem.
Entre 7 e 11 anos entendem princípios lógicos e os aplicam às situações concretas (visíveis e reais).
Tornam-se pensadores mais sistemáticos, objetivos, científicos (e  educáveis).
Pré-operatório: intuição e percepção = “talvez a lagarta tenha sentido vontade de virar borboleta” Percepção subjetiva.
Operacional: explicações racionais, coerentes e generalizações “Será que a lagarta usa a temperatura do ar para saber que é o momento de começar a sair do casulo?”
Pré-operatório: perguntam “por que” mas rejeitam respostas que não gostam.
Operacional: “por que” e quer saber.
Usam regras de jogo (discutem regras)

Três princípios lógicos:
- Identidade
- Reversibilidade
- Reciprocidade

Operações Concretas: as crianças desenvolvem a capacidade de pensar logicamente sobre o aqui e agora, mas não sobre abstrações.
Este período recebe o nome de “operações concretas” porque as ações físicas passam a ser interiorizadas (ocorrem mentalmente).
            [no período anterior precisava da ação física para elucidar o problema proposto]
            [neste período, a criança olha e mentalmente resolve o problema]

. Declínio do egocentrismo intelectual
- Crescente incremento do pensamento lógico
-formação de esquemas conceituais (verdadeiramente mentais)
-a realidade passa a ser estruturada pela razão
-julgamento conceitual (não depende da percepção):
. conservação
. reversibilidade (pode reverter uma transformação) = descentralização
. há, portanto, “agrupamento” (sistemas).

 “agrupamento” (Piaget):
- organização lógica entre os elementos (relações reversíveis)
-          leis que organizam e regulamentam a utilização dos esquemas conceituais (adquirem coerência). 

. A tendência lúdica do pensamento [real e fantástico se misturavam] é substituída por uma atitude crítica (ou seja: há necessidade de explicar logicamente suas idéias e ações, não tolerando mais contradições no pensamento)
. Compreensão lógica e adequada da realidade (percebe-se como indivíduo entre outros: um elemento de um universo que passa a ser estruturado pela razão).
. Há declínio da linguagem egocêntrica (até paulatinamente seu desaparecimento). A linguagem se torna então socializada.
. O desenvolvimento social (é paralelo) e significativo:
percebe que outras pessoas tem pensamentos, sentimentos e necessidades diferentes dos seus.
. Flexibilidade mental – entende regras de jogos.
. Julgamentos morais: tendência para interiorização: as intenções do sujeito passam a ser consideradas.
Limite: as operações realizadas se referem a objetos que existem completamente na realidade.
Os estímulos para o desenvolvimento intelectual está na vida cotidiana: o jogo simbólico é coletivo (tentativa de representar a realidade)
-          ligação forte com o real
-          evolução dos jogos – 7/9 anos : seguem as regras aprendidas
                                       10/11 anos: consentem em mudar as regras
-   grupo de amigos : caracterização – presença do mesmo sexo (aprendizagem de ser  homem e mulher) / cooperação genuína, trocas de idéias.

Pensamento: um dos aspectos centrais da adaptabilidade do homem ao meio.
Inteligência é “Uma organização adaptativa, cuja função consiste em estruturar um universo tal como o organismo estrutura o meio imediato”
-          sua natureza é evolucionária.
-          “equilibração progressiva, passagem contínua de um estado menor de equilíbrio para outro de equilíbrio superior” (Piaget)
-          “a vida é, sem dúvida, uma criação contínua de formas cada mais complexas e o estabelecimento de um equilíbrio progressivo entre essas formas e o meio” (Piaget)
-          conquistar o equilíbrio é função da inteligência.   

D) Operações Formais (4º estágio piagetiano) : 11/12 anos à idade adulta  
Característica: operações no plano das idéias (sem necessitar de manipulação ou referências concretas) = raciocina abstratamente

Os adolescentes se tornam conscientes de como o mundo poderia ser


Aquisições:
-    capacidade de lidar com conceitos de liberdade e justiça (especulações teóricas, científicas, morais, valorativas e ideológicas)
-    criar teorias sobre o mundo (refaz seu mundo, cria novos sistemas filosóficos, reforma as ciências)
-          capacidade de reflexão espontânea (refletir livremente)
-          tirar conclusões de puras hipóteses               

Livre exercício de reflexão:
-          (1º momento:) o adolescente submete o mundo real aos sistemas e teorias que seu pensamento é capaz de criar.
-          (2º momento:) concilia pensamento com a realidade: entende que a principal função da reflexão não é contradizer mas prever e a interpretar a experiência.

Relações sociais:
1)      inicialmente, fase de interiorização (aparentemente é anti-social)
-          o adolescente se afasta da família mas o alvo de sua reflexão é a sociedade (sempre analisada como passível de ser reformulada e transformada)
2)      posteriormente, equilíbrio entre pensamento e realidade
-          compreende que a reflexão serve para uma atuação no/sobre o mundo.
Exemplo: alguém com problema em matemática pensa, inicialmente, em tirá-la do curriculum escolar; posteriormente, propõe soluções mais viáveis, considerando as exigências sociais.

Afetividade:
-          o adolescente vive conflitos: quer independer-se do adulto mas depende dele.
-          Grupo de amigos: é seu referencial (uso de vocabulário, vestimentas e aspectos de seu comportamento)
-          Começa a estabelecer sua moral individual (referenciada à moral do grupo)

Estabilidade de interesses: acontece com a proximidade da vida adulta.
Conforme Piaget o início da formação da personalidade acontece entre 8/12 anos (período das operações concretas), quando se dá a organização autônoma das regras, dos valores e a afirmação da vontade. Estes aspectos subordinam-se num projeto único e pessoal, exteriorizando-se através da construção de um projeto de vida.
Projeto de vida (ou trajetória existencial):  norteará o indivíduo em sua adaptação ativa à realidade (preparação e inserção no mundo do trabalho), ocorrendo equilíbrio entre o real e os ideais do indivíduo.
 Os conflitos, dúvidas e atitudes imprevisíveis, próprios à personalidade do adolescente, são parte de um sistema mais amplo. Na visão de Piaget, a aquisição de uma nova habilidade mental – como as operações formais – provoca no adolescente um período de desequilíbrio, em que o mundo é captado pelo sujeito primordialmente através da assimilação egocêntrica (que se manifesta por uma crença ilimitada na capacidade de reflexão de atuar como instrumento de transformação da realidade).
Os jovens pensam e repensam sobre os mistérios do mundo, criando soluções que revolucionarão tudo até então visto.
“messianismo”: termo empregado por Piaget para caracterizar a adolescência: “o comprometimento do jovem em relação a uma determinada causa é integral”.
Ocorrência de paixões: ama-se por amar (ama-se a forma e não o conteúdo / ama-se a fantasia, não a realidade).
Individualidade: a percepção que tem agora de si afirma sua individualidade (que inclui em seu plano de vida a transformação da sociedade). A sociedade lhe parece injusta e desprezível, e nela ele não tem lugar.
Interação com outros jovens (e outros projetos de vida): volta-se para o outro. Idéia: trabalhar conjuntamente na reformulação da existência. O contato com a sociedade se torna fundamental, é preciso ganhar acesso, influência e poder para modificá-la.
O egocentrismo do adolescente é positivo: fundamental para que a personalidade do adolescente se desenvolva plenamente; e aos pouco harmoniza-se com a realidade.

Quanto à idade da vida adulta:
-          atualmente, o período da adolescência é cada vez maior.
-          Nenhuma nova estrutura mental é estabelecida nesta idade, apenas acontece o aumento gradual do desenvolvimento cognitivo, permitindo maior profundidade e compreensão dos problemas e das realidades que o atingem (influenciando os conteúdos afetivo-emocionais e sua forma de estar no mundo). 

  Se pensarmos no sucesso ou fracasso do rendimento intelectual de cada aluno numa sala de sexta-série do Ensino Fundamental percebemos que há um grande dilema sim...
            Há os que conseguem acompanhar uma aula de História com vários conceitos difíceis até para o professor transmitir, sem grandes dificuldades (segundo Piaget já estão na fase das operações formais), mas outras, não tem a facilidade de pensar em relacionar fatos que marcam nossa História atual com processos históricos do passado, nem conseguem projetar sua própria história de vida para os acontecimentos do futuro (estão ainda na fase das operações concretas). O professor convive com esses problemas diariamente em sala de aula...
            Já identifiquei e destaquei no início dessa pesquisa esses dois estágios de desenvolvimento cognitivo da criança, mas ainda é necessário tentar explicar,  quais as diferenças entre a Fase Operacional Concreta e a Fase Operacional Formal, pois assim posso identificar numa aula de demonstração sobre os “Antecedentes da Revolução Francesa (1789-1799)”, as crianças que se encontram numa ou noutra fase de desenvolvimento, com o propósito de pensar como posso (através de uma metodologia de trabalho diferenciada) chegar mais próximo de um rendimento homogêneo. Então, vamos ao que interessa?
“ A criança operacional concreta não apresenta a abrangência, o poder e a profundidade do raciocínio da criança mais desenvolvida. O raciocínio e o pensamento formal cognitivo emergem das operações concretas, da mesma forma que cada novo nível de pensamento incorpora e modifica os pensamentos anteriores. O pensamento formal tem como propriedades estruturais ser hipotético-dedutivo, científico-indutivo e reflexivo-abstrato”. (WADSWORTH, Pg. 109)
No período Formal, a criança passa a pensar os fatos e acontecimentos usando processos lógicos. A abstracção “aparece” e passa a funcionar como novo instrumento a auxiliar a forma de pensar da criança, o pensamento neste momento vai além do concreto. Além do uso da linguagem, a criança, portanto, passa a possuir novos elementos, novas ferramentas: A Lógica e a Abstracção, além de também apresentar o domínio da Reversibilidade. Essa passagem também é marcada pela capacidade de operar com o raciocínio Hipotético-dedutivo, tendo a possibilidade de raciocinar de forma a estabelecer relações entre o passado, o presente e o futuro, o que lhe permite o plausível enquanto hipótese, premissa, podendo ou não ser verdadeira.
   A criança nessa fase conquista também a possibilidade de operar com os raciocínios científico-indutivo e reflexivo-abstracto. Embora não seja algo fácil, passa a alcançar pelo uso do primeiro, usando efetivamente a razão, efectivas generalizações (do particular para o geral) a respeito dos fenômenos ou fatos observados e ainda reverter (Reversibilidade) esse processo, ou seja, permitindo-lhe ir do geral para o particular.

sábado, 15 de agosto de 2015

A Educação infantil


A Educação infantil

A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a acção da família e da comunidade.
De acordo com a Lei, a educação infantil  deve ser oferecida em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos. Porém ela não é obrigatória. Dessa forma, a implantação de Centros de Educação Infantil é facultativa, e de responsabilidade dos municípios.
Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem currículo formal. Desde 1998 segue o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, um documento equivalente aos Parâmetros Curriculares Nacionais que embaraça os demais segmentos da educação Básica.
Segundo os Referenciais, o papel da educação infantil é o CUIDAR da criança em espaço formal, contemplando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). Também é seu papel EDUCAR, sempre respeitando o carácter lúdico das actividades, com ênfase no desenvolvimento integral da criança.
Não cabe à educação infantil alfabetizar a criança. Nessa fase ela não tem maturidade neural para isso, salvo os casos em que a alfabetização é espontânea.
Segundo os Referenciais, devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
O objectivo é o de desenvolver algumas capacidades, como: ampliar relações sociais na interacção com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.
Alguns aspectos previstos nos Referenciais para adequar as escolas de educação infantil às necessidades das crianças são desconhecidos da maioria dos pais, tais como: As escolas devem ter duas cozinhas, uma para as crianças de 0 a 3 anos e outra para crianças de 4 e 5 anos, o espaço físico deve ser de 2 m² por criança em sala, e inclusive deve ter fraldário e lactário independentes da sala de aula.
A ênfase da educação infantil é estimular as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar.



Educacão infantil no contexto Pedagogico



Educação infantil no contexto Pedagógico


A expressão educação infantil e sua concepção com primeira etapa da educação básica  está agora na lei maior da educação do país, a Lei de Directrizes e Bases da Educação Nacional (LDA), sancionada em 20 de Dezembro de 1996. Se o direito de 0 a 6 anos à educação em creches e pré – escolas já estava assegurado  na Constituição de 1988 e reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, a tradução deste direito em directrizes e normas, no âmbito da educação nacional, representa um marco histórico de grande importância para a educação infantil em nosso país.
            A inserção da educação infantil na educação básica, como sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da Lei: “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando , assegurar – lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer – lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores”.
            A educação infantil recebeu um destaque na nova LDB, inexistente nas legislações anteriores. É tratada na Sessão II, do capítulo II (Da Educação Básica), nos seguintes termos:
Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a acção da família e da comunidade.
Art. 30 A educação infantil será oferecida em: I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré – escolas para crianças de  quatro a seis anos de idade. .
            Da leitura desses artigos, é importante destacar, além do que já comentamos a respeito da educação infantil como primeira etapa da educação básica:
1)     A necessidade de que a educação infantil promova o desenvolvimento do indivíduo em todos os seus aspectos, de forma integral e integrada, constituindo – se no alicerce para o pleno desenvolvimento do educando. O desenvolvimento integral da criança na faixa etária de 0 a 6 anos  torna – se imprescindível  a dissociabilidade das funções de educar e cuidar.
2)     Sendo a educação infantil complementar à da família e à da comunidade, deve estar com essas articuladas, o que envolve a busca constante do diálogo com as mesmas, mas também implica um papel específico das instituições de educação infantil no sentido de ampliação das experiências, dos conhecimentos da criança, seu interesse pelo ser humano, pelo processo de  transformação da natureza e pela convivência em sociedade.
3)     Ao explicitar que a avaliação na educação infantil não tem objectivo de promoção e não constitui pré – requisito para acesso ao ensino fundamental, a LDB traz uma posição clara contra as práticas de alguns sistemas e instituições que retêm as crianças na pré – escola até que se alfabetizem, impedindo seu acesso ao ensino fundamental aos sete anos.
4)     Avaliação pressupõe sempre referências, critérios, objectivos e deve ser orientadora, ou seja, deve visar o aprimoramento da acção educativa, assim como o acompanhamento e registo do desenvolvimento (integral, conforme Art. 29) da criança deverá ter  como referência objectivos estabelecidos no projecto pedagógico da instituição e o professor. Isto exige que o profissional da educação infantil desenvolva habilidades de observação  e de registo do desenvolvimento da criança e que reflita permanentemente sobre sua prática, aperfeiçoando – a  no sentido do alcance dos objetivos.
Além da seção específica sobre a educação infantil, a LDB define em outros artigos aspectos relevantes para essa etapa da educação. Assim, quando trata “Da Organização da Educação Nacional” (capítulo IV), estabelece o regime de colaboração entre a União, os Estados e o Municípios na organização de seus sistemas de ensino. É afirmada a responsabilidade principal do município na educação infantil , com o apoio financeiro e técnico de esferas federal e estadual.
            Uma das partes mais importantes da LDA é a que trata Dos Profissionais da Educação. São sete artigos que estabelecem directrizes sobre a informação e a valorização destes profissionais. Define o Art. 62 que a “formação de docentes para actuar na educação básica far – se á em nível superior , em curso de licenciatura , de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admita para formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”.
            Deve – se ainda destacara na Disposições Transitórias, a instituição da Década da Educação,  a iniciar –s e um ano após a publicação da Lei, e que até o fim da mesma “somente serão admitidos  professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço” (Art. 87§4°).
Há um artigo das Disposições Transitórias que tem uma relevância ímpar para a educação infantil. Trata – se do Art.89, que afirma que “as creches e pré – escolas existentes ou que venham a ser criadas, no prazo de três anos, a contar da publicação desta lei, integrar – se –ão ao respectivo sistema de ensino”.
Para atender a este prazo, urge que os sistemas de ensino e as instâncias reguladoras da área da educação estabeleçam normas e diretrizes que garantam  o caráter educativo da creches e pré – escolas e sua inserção real nos sistemas de ensino, especialmente nas creches  que, como é sabido, têm – se caracterizado mais por seu caráter assistencial que pelo educativo.


EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA NA PRIMEIRA INFÂNCIA: O CAMPO DAS RESPONSABILIDADES


EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA NA PRIMEIRA INFÂNCIA: O CAMPO DAS RESPONSABILIDADES  



Ao longo de muitos anos , a educação de crianças pequenas foi entendida como actividade de responsabilidade familiar, especificamente da mãe ou mulher (OLIVEIRA, 2007). O atendimento educacional fora da família era compreendido por creches reivindicadas pelas mães trabalhadoras, ou locais de cuidados de crianças pobres, órfãs e abandonadas numa concepção assistencialista (ASSIS, 2004). Nos séculos XV e XVI, as acções ocorridas pelo Renascimento provocaram novas visões sobre a criança e sua educação. Autores como Erasmo (1465-1530) e Montaigne (1483-1553) sustentavam que a educação deveria respeitar a natureza infantil e estimular a actividade da criança (OLIVEIRA, 2007).
 Froebel em seus jardins-de-infância pretendia formar uma educação pré-escolar com estrutura familiar e cuidados dedicados à infância numa relação entre esferas pública e privada (KUHLMAN, 2001). Para Froebel, a educação deveria propiciar condições que possibilitassem a manifestação e expressão da criança. O jardim-de-infância era considerado como uma livre república da infância, em que as crianças pudessem crescer como gente, com o elemento humano que determina a essência do homem.
            ANGOTTI, 2003). O autor defendia que a educação fosse ministrada pelas mulheres, ao que chamava de jardineiras, em que estas transcendessem seus papéis domésticos privados, aplicando suas qualidades maternais no contexto público da instituição.

Conforme Angotti (2003), a relação professor-aluno encontra-se estabelecida a partir da analogia entre a jardineira e seu jardim, seguindo o modelo da inteiração maternal existente, em que a professora deverá observar e acompanhar o desenvolvimento da criança, promovendo condições para que seja alcançado. Os jardins-de-infância divergiam das creches e casas assistenciais daquela época, por incluírem uma dimensão pedagógica. Esta divergência entre os jardins-de-infância e as creches, por parte de instituições da primeira, provocaram intenções económicas.
O professor deve ser responsável em instrumentalizar o indivíduo para que ele possa se expressar e optimizar seu potencial (ANGOTTI, 2003). No Brasil, inicialmente as instituições foram criadas com carácter de protecção as crianças, e vinculadas à área da saúde num contexto assistencialista. Somente pela Lei 5692/71, é que crianças com idade inferior a 7 anos foram reconhecidas na condição de cidadãs de direitos, e assim devendo ser atendidas dentro da condição do direito social, em jardins-de-infância, maternais ou instituições equivalentes. A partir da Constituição de 1988, a criança teve seu direito garantido à educação, efectivando o seu atendimento em creches e pré escolas, que pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006, teve inserido no corpo constitucional o termo Educação Infantil. Desta maneira, o acesso à educação deve ser garantido pelo Poder Público, em cor responsabilidade com a família e o apoio da sociedade. Com a LDEBEN nº 9394/96 a educação infantil é instituída etapa integrante da educação básica, definindo-se pelo atendimento às crianças em creches (de 0 a 3 anos), e pré- escolas (4 a 6 anos). A referida Lei reconhece a importância em se promover o desenvolvimento integral da criança em instituições educacionais, uma vez que até então os atendimentos estavam vinculados aos órgãos de assistência. O art. 29 da referida Lei, estabelece como finalidade da educação infantil o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. A educação infantil, assim será norteada por carácter educacional, que deverá considerar profissionais na condição de educadores e não meros funcionários, de terem formação específica para fundamentar e definir um novo fazer educacional, para atender e promover o desenvolvimento da criança (ANGOTTI, 2006). Desde o nascimento, a criança desenvolve seu corpo e movimentos. O movimento do tronco em direção ao que se deseja olhar, o girar para ouvir ou pegar algo, a criança vai conhecendo sua estrutura física e movendo-se conforme motivação. Neste sentido Angotti (2006), fala que o corpo deve ser entendido e trabalhado enquanto primeiro brinquedo e instrumento de ludicidade infantil, e ferramenta de leituras interpretativas do mundo, o que representa uma grande responsabilidade para o professor que irá trabalhar com esta criança. Conforme posto, é bem complexo o trabalho a ser realizado junto à criança na primeira infância, sobretudo pela finalidade educacional que busca promover o desenvolvimento integral da criança. Para tanto, a atuação do professor em Educação Infantil deve ter intencionalidade educativa, planejamento prévio, acompanhamento e avaliação. O sucesso desta interação é imprescindível para formalizar o processo educativo .

 Angotti (2006) reforça o papel significativo do educador que precisa inserir a criança no mundo do conhecimento, na alfabetização de mundo propiciando-lhe desenvolvimento integral, seguro e significativo, pois que experienciado. Infelizmente, a desinformação sobre a infância vem causando concepções e práticas pedagógicas pouco adequadas em relação à criança (ANGOTTI, 2009). Podemos citar, como: a falta de conhecimento no desenvolvimento infantil, a concepção de educação infantil como preparatória para ingresso no ensino fundamental, dentro desta questão um retrocesso da legislação que incluiu as crianças de 6 anos no 1º ano do ensino fundamental, a preocupação da alfabetização precoce da leitura e escrita, currículos escolarizantes, muito tempo dentro de salas. A educação infantil não pode mais ser vista de forma assistencialista, mas como primeira etapa da educação básica que em ambientes educacionais promove o desenvolvimento integral da criança em todos seus aspectos, cuidando e educando, privilegiando o brincar (ludicidade), a experimentação e o relacionamento com o mundo pelas diferentes linguagens.

 O novo contexto educacional requer a perspectiva de um atendimento mais lúdico e de práticas pedagógicas mais flexíveis, que atenda e promova o desenvolvimento infantil, que compreenda a criança em sua singularidade e que permita a ela apresentar seu olhar e leitura de mundo, que estimule e permita o ato criativo, que respeite sentimentos e emoções, que valorize as diferentes formas de expressão infantil. A criança precisa e tem por direito a promoção de seu desenvolvimento integral, potencial. Assim se afirma no campo das responsabilidades, o necessário compromisso profissional no investimento de um atendimento educacional de qualidade, porém revela a responsabilidade da família e da comunidade com este processo, reconhecendo e valorizando a Educação Infantil como parte integrante do sistema educacional brasileiro.





EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA NA PRIMEIRA INFÂNCIA: O CAMPO DAS RESPONSABILIDADES   




segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Psicologia do desenvolvimento humano






A Psicologia do desenvolvimento humano é o estudo científico, que foi desenvolvido por Jean Piaget, psicólogo suíço. Este vem falando sobre as mudanças de comportamento de uma pessoa ao longo de sua vida.

Segundo Piaget as mudanças estão relacionadas à formação da identidade de um indivíduo, o seu entendimento, habilidades físicas e intelectuais, percepção de conceitos, desenvolvimento dos aspectos emocionais e sociais, entre outros.

Essas mudanças vão acontecendo devido à influência de basicamente quatro aspectos: Hereditariedade (carga genética), crescimento orgânico (aspecto físico), maturação neurofisiológica (padrão de comportamento) e o meio (estímulos ambientais).

Quando somos criança passamos pelo processo de aprendizagem, já quando adolescentes conseguimos refletir e decidir algumas coisas por conta própria, e no momento em que somos jovens e adultos e estamos totalmente desenvolvidos utilizamos todas aquelas crenças, valores e comportamentos, acumulados ao longo de nossa vida para nortear nossas atitudes.

Para entendermos melhor este processo é preciso compreender ainda como nossas competências e habilidades são desenvolvidas a partir da forma como cada um enfrenta os acontecimentos. Se você encara as coisas de forma positiva, terá maior poder de resiliência, ressignificação e desenvolverá bons conceitos sobre o momento em que você está passando.

Desta forma podemos entender um pouco mais sobre o que é psicologia do desenvolvimento humano e como esta funciona. Cada pessoa deve buscar uma forma de estabelecer melhores comportamentos e aperfeiçoar essas competências, para que consiga atender efetivamente suas necessidades.

2015